Aprenda a ser feliz com 10 passos e tenha uma vida mais plena
Conteúdo do site BONS FLUIDOS
Atualizado por m de mulher
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Ser feliz é ter foco e paciência
Ilustração: Jana Magalhães
Ilustração: Jana Magalhães
A vida é feita de altos e baixos e a sabedoria está em saber navegar nessas ondas sem perder o rumo e a alegria de viver. Segundo a escritora americana Gretchen Rubin, autora do livro Projeto Felicidade (Editora Best-Seller), a felicidade se constrói dia a dia, minuto a minuto, onde quer que você esteja e com quem esteja. Portanto, nada de projetos inalcançáveis ou sonhos impossíveis.
Interessada em mudar de vida? Você pode montar seu próprio projeto de felicidade. Para isso, basta ter foco e muita paciência. Veja a seguir os dez passos iniciais para ser mais feliz.
1º passo: bye bye, preguiça!
Se você é daquelas que se cansam só de pensar em fazer algo novo, está na hora de mudar de atitude. O veneno da preguiça nos impede de fazer coisas simples, como caminhar perto de casa, até planos mais complexos, como um curso de pós-graduação. O resultado de se render a ela é a estagnação. Para a psicóloga e coach Iraceles Pires, de São Paulo, a preguiça pode indicar falta de definição na vida. "É característica de quem não consegue se decidir sobre qual caminho seguir ou ainda não parou para pensar no que ganha e no que perde ao tomar uma decisão. Decidir-se é comprometer-se com algo", diz.
Na visão da especialista, combater esse sentimento exige esforço, mas traz inúmeras recompensas: "É necessário re-significar cada oportunidade e observar tudo o que se deixa de ganhar ao ficar parado ou ao adiar uma ação". Para Maria Helena Saleme, psicanalista, de São Paulo, vencer o marasmo é sair da zona de conforto e experimentar o novo, sempre com muita coragem.
2º passo: ficar de bem consigo mesma
Sim, todas nós cometemos deslizes e isso não nos torna piores do que ninguém. "O erro é o caminho do acerto. Se caio sete vezes, levanto-me oito", diz a monja Coen, da Comunidade Zen Budista de São Paulo. E completa: "É preciso enxergar nos percalços oportunidades de aprendizado. Portanto, viver implica estar sujeito a errar. A diferença é que, notando o erro, eu me arrependo, procuro entender as causas que me levaram a agir assim e modifico meu comportamento".
Para Iraceles, quando não entendemos a falta de acerto como parte do processo de aprendizado, tendemos a nos sentir culpadas: "Esse sentimento é a parte da consciência humana que nos julga e condena. A autoaceitação é a chave para realizar mudanças positivas. Portanto, para se livrar da culpa é necessário perdoar-se, reavaliar os próprios padrões de exigência e romper os contratos que efetivamos no passado".
Goste mais de si mesma!
Ilustração: Jana Magalhães
Ilustração: Jana Magalhães
3º passo: colocar um pouco de espiritualidade em sua vida
Você não precisa ter uma religião, nem mesmo a crença em um Deus único e poderoso, paracultivar a espiritualidade. Você pode simplesmente acreditar na vida, na força que nos move ou ainda na noção de que todas nós fazemos parte de um todo maior. "Conectar-se com algo superior amplia nossa mente e nos dá a sensação de acolhimento", afirma Iraceles. Ao que completa a monja Coen: "Quando cultivamos a espiritualidade passamos a entender a transitoriedade de tudo. Se hoje estou feliz, sei que essa alegria não irá durar para sempre, então não deixo que ela suba à minha cabeça. Se estou triste, amanhã posso não estar mais, portanto, não me desespero, porque sei que tudo se encadeia".
4º passo: resgatar velhos hábitos que a faziam felizou inventar novos
Recordar momentos felizes pode ser uma boa saída para aquela época em que a vida parece sem graça. Sabe quando você andava de bicicleta sentindo o vento bater no rosto? E quando tinha tempo para tudo e nenhuma preocupação? "Todas as emoções são guardadas em nosso cérebro como uma fita gravada e podem ser tocadas a qualquer momento, se o estímulo certo for acionado. Esse recurso deve ser utilizado para nos motivar a entrar em ação, desde que não se perca o foco no presente", diz Iraceles.
Para a psicanalista paulista Maria Helena, resgatar nosso lado infantil pode ter suas vantagens, porém, ela não acredita em uma fórmula para a felicidade. "Ir atrás das coisas que nos dão prazer é sempre positivo, mas mais importante é combater a cultura da felicidade obrigatória em que vivemos hoje. Permita-se, de vez em quando, conviver com a dor, pois é nela que descobrimos quem realmente somos para que possamos ser mais felizes amanhã", afirma.
5º passo: cortar atitudes que não façam bem a você
Tão difícil quanto incorporar um novo hábito saudável é nos livrar dos péssimos arraigados em nossa rotina. Sim, isso vale para coisas mais óbvias como o cigarro, a preguiça, o excesso de álcool e a alimentação desregrada. Mas também para práticas nocivas que corrompem nosso lado emocional. Por exemplo? Reclamar é uma delas. Afinal, esse vício nos impede de enxergar o lado mais divertido do dia a dia e nos transforma numa pessoa maçante. "Quando manifesto minha gratidão pelo que a vida me proporciona de bom e de ruim, deixo de sofrer a cada minuto. O mundo muda quando você começa a agradecer em vez de reclamar", afirma a monja Coen.
Um bom começo é tentar identificar as atitudes que não trazem nada de bom e se perguntar quais valores elas agregam. Na falta de resposta, melhor partir para outra.
6º passo: dormir mais horas
Tem gente que acha o sono perda de tempo. Ainda tem a turma plugada na tomada que simplesmente não consegue parar e aquelas que lutam ferozmente contra a insônia. Segundo dados da Sociedade Brasileira do Sono, estima-se que quase metade da população brasileira enfrente algum tipo de dificuldade para ter um sono reparador. Os resultados dessa privação são muitos, vai desde o aumento do risco de morte por doenças cardíacas até a diminuição da capacidade de resolver problemas de forma criativa.
E qual é a fórmula para deixar de contar carneirinhos? "Sugiro começar um diário em que são anotadas todas as ocorrências do dia e em quais delas o sono pode sofrer interferência", diz a coach. "Esse tipo de registro é capaz de ajudar a encontrar correlações entre pensamentos, atitudes e dificuldades para dormir bem. Assim fica mais fácil modificar os comportamentos que causam insônia."
7º passo: aproximar-se das pessoas queridas
Existe coisa mais prazerosa do que estar ao lado dos amigos? Pois é, uma coisa tão simples quanto essa está se tornando algo raro nos dias de hoje. Afinal, na nossa agenda tão conturbada, acaba sobrando pouco tempo para os momentos de lazer. "Conviver com quem se ama faz crescer em nós o sentimento de pertença, de raiz, nos faz sentir amparadas, conectadas com o outro", afirma a psicanalista Maria Helena Saleme. Para a monja Coen, o encontro, mesmo que breve, pode se transformar num antídoto para combater a aridez cotidiana.
Para terminar, anote aí duas lições importantes: quantidade não é sinônimo de qualidade e amigos não caem do céu. "Temos de cultivá-los, muitas vezes fazendo pequenos sacrifícios em nome do outro", diz a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association Brasil (Isma - BR).
A espiritualidade por ser uma ótima arma contra a tristeza
Ilustração: Jana Magalhães
Ilustração: Jana Magalhães
8º passo: perdoar velhas mágoas
Imagine um saco cheio de entulhos que carregamos para cima e para baixo. Assim são os ressentimentos, que deixam o coração pesado e envenenam a vida. Não estamos sugerindo varrê-los para debaixo do tapete. Pelo contrário. "Perdoar não significa esquecer e sim minimizar as emoções negativas que essas lembranças trazem em razão do novo entendimento que você deu a elas", afirma a coach.
E como fazer isso? O primeiro passo, segundo a monja Cohen, é tentar buscar um entendimento com quem causou a mágoa. "Mesmo que a pessoa não esteja disposta a mudar de atitude, nós nos sentiremos melhor ao mostrar que nos aborrecemos. Quem sabe, no futuro, ela não pensará duas vezes antes de agir de maneira inapropriada", diz. O segundo, ainda de acordo com ela, é buscar compreender a imperfeição alheia: "Temos de tentar entender quais motivos levaram aquela pessoa a agir de tal forma. Muitas vezes vamos perceber no outro alguém que não sabe lidar com as próprias dificuldades e acaba ofendendo e magoando outra pessoa. Ao entender o problema, trocamos o ódio pela compaixão e tiramos um peso enorme de nosso coração".
A psicanalista Maria Helena faz uma ressalva importante para tentar desembaraçar o emaranhado de ressentimentos: precisamos lembrar que o outro, assim como nós, também tem limites que precisam ser respeitados.
9º passo: reconhecer seu valor
Num mundo em que a mulher é cobrada a ser bem-sucedida em todas as searas fica difícil não sentir que estamos sempre devendo algo para alguém. O maior problema desse tipo de comportamento é exigir demais de si mesma e viver em constante estado de insatisfação ebaixa autoestima. "Ninguém é capaz de ser pleno querendo satisfazer as expectativas do outro. É preciso conhecer-se, entender seus pontos verdadeiramente fortes e os fracos para investir na busca pela felicidade", diz Maria Helena.
Uma boa maneira de manter as expectativas pessoais em níveis aceitáveis é ter objetivos de vida bem definidos. Para isso, um plano de metas pode ajudar bastante. Coloque no papel aquilo que deseja para curto, médio e longo prazo e a maneira como pretende alcançar esses objetivos. Nunca se esqueça, porém, de ressaltar suas qualidades e de elogiar-se.
10º passo: manter o foco no agora
Existe um ditado muito sábio que diz: o ontem é história, o amanhã um mistério. O hoje uma dádiva e por isso o chamamos de presente. Essa frase tão simples expressa de forma inequívoca a importância de vivermos no aqui e no agora. Afinal, na maioria das vezes estamos remexendo algo do passado ou imaginando o que está por vir. Lógico que ninguém é de ferro e conseguemanter os pés no chão 100% do tempo, e a proposta nem é essa. É que quando estamos nesse movimento, corremos o risco de não perceber justamente o que existe de legal, por exemplo, no exato momento em que estamos lendo este texto.
O mestre espiritual Eckhart Tolle, autor do livro O Poder do Agora (Sextante), afirma que dessa maneira "a jornada da vida deixará de ser uma aventura, será apenas uma necessidade obsessiva de chegar, de alcançar, de 'fazer algo'. Você também deixará de ver ou de cheirar as flores ao longo do caminho e não reconhecerá a beleza e o milagre da vida que têm lugar à sua volta quando estiver presente no agora".
Esse vaivém no tempo pode ser resumido a uma única palavra: controle. "Quando voltamos para o passado o tempo inteiro, estamos num lugar conhecido e podemos nos lembrar dos momentos que gostamos de viver, ou imaginar que algo poderia ter sido diferente. Quando o foco recai no futuro, estamos na realidade tentando controlar o desconhecido, evitando qualquer surpresa desagradável. Nesses dois tempos, somos orientados por desejos e medos", afirma o terapeuta, instrutor de meditação zen e coordenador do Instituto de Renascimento de São Paulo Khalis Chacel.
É lógico que esse foco não se conquista de um dia para o outro. Mas de acordo com Tolle não precisamos mudar radicalmente o que estamos fazendo, mas sim o modo como fazemos. "Tente prestar mais atenção no fazer em si do que no resultado que pretende alcançar. Ao agir com a consciência do momento presente, tudo o que você fizer ficará imbuído de uma sensação de qualidade, de cuidado e de amor, até mesmo o ato mais simples."
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